Enfraquecido após péssimo mercado de transferências, segundo maior campeão medirá forças contra o Zenit, de Hulk, Málaga e o belga Anderlecht
de globoesporte
Pode parecer ironia para quem tem como dono um ex-primeiro-ministro, que sempre gostou do dinheiro, mas riqueza não pode ser a palavra para definir o Milan de Silvio Berlusconi neste início de temporada 2012/2013. Sem seus dois principais astros (Thiago Silva e Ibrahimovic), ambos vendidos ao Paris Saint-Germain, o Rossonero chega ao Grupo C da Liga dos Campeões tendo de desafiar a crise pelo mau início emergentes milionários. O Zenit, que da noite para o dia resolveu gastar R$ 243 milhões em dois reforços - um deles é o atacante brasileiro Hulk -, é o principal rival. No mesmo patamar poderia estar o Málaga, comprado por um sheik qatari há duas temporadas, mas o clube espanhol acabou colocado à venda após não apresentar resultados satisfatórios ao investidor. Ainda assim, promete ser mais forte do que o campeão belga Anderlecht, que completa a chave.
Não há como resistir se, em um mercado de transferências, você negocia os seus dois melhores jogadores, vê outros destaques saírem e simplesmente traz pouco material interessante. É o que aconteceu com o Milan, que não repôs as perdas de Thiago Silva e Ibrahimovic, além de ficar sem Nesta, Aquilani, Seedorf, Gattuso e Cassano. Nada mais natural, portanto, que o clube esteja atravessando uma turbulência entre maus resultados, cobrança da torcida e enorme pressão. Segundo maior vencedor da Liga dos Campeões, com sete títulos, o Rossonero terá de lidar com os seus problemas para avançar de fase. Com tantos rivais fora da chave, é hora de aproveitar para avançar em primeiro e tentar se livrar das maiores pedreiras já nas oitavas.
- Comparado às duas últimas temporadas, há apenas um grande time, e três equipes onde está tudo igual. Certamente, é um grupo que pode ser vencido. A nossa meta é o primeiro lugar para nos dar um melhor sorteio na próxima fase - disse o técnico Massimiliano Allegri, que balança no cargo após duas derrotas em casa no Campeonato Italiano.
Time-base: Abbiati, Abate, Bonera, Acerbi e Antonini; De Jong, Nocerino e Montolivo; Boateng; Robinho e Pazzini. Técnico: Massimiliano Allegri.
Hulk é o grande reforço do Zenit (Getty Images)
Com o perdão do trocadilho, mas é com muito gás que o Zenit reinicia sua trajetória na Champions. Empolgado com as contratações de Hulk e do meia belga Witsel no fim da janela e a manutenção de um elenco entrosado, o clube da Gazprom - empresa líder em extração de gás natural - quer ir mais longe do que na última temporada, quando foi eliminado pelo Benfica nas oitavas de final. Atualmente, passar de fase para o bicampeão russo é uma realidade a ser confirmada, se tudo der certo, em dezembro.
- Espero um grupo equilibrado, o que torna as coisas mais complicadas. Neste tempo em que trabalhei na Rússia, demos o nosso máximo e conseguimos ganhar alguns troféus. Com a Liga dos Campeões, temos de trabalhar ainda mais forte. É por isso que contratamos Hulk e Witsel, já que são importantes nomes para o atual grupo - afirmou o técnico italiano Luciano Spalletti, no comando do Zenit desde 2009.
Time-base: Zhevnov, Anyukov, Hubocan, Lombaerts e Criscito; Shirokov, Denisov e Witsel; Hulk, Kerzhakov e Bystrov. Técnico: Luciano Spalletti.
Uma provável eliminação do Anderlecht na fase de grupos certamente não será por falta de experiência. Com 30 participações e direito a duas semifinais nos anos 80 - fora os títulos de Copa da Uefa, Supercopas e Recopas -, o campeão belga se apega ao passado para sonhar com dias melhores não apenas em âmbito doméstico. Se a seleção do país promete com realidades ao redor do planeta como Hazard e Kompany, pouco sobrou para abrilhantar o atual elenco. Os destaques são estrangeiros, casos do argentino Lucas Biglia e do sérvio Milan Jovanovic. A ambição não é das maiores.
- Estamos muito felizes de estar na Liga dos Campeões. Temos como objetivo ganhar dos rivais em casa, mas devemos manter os pés no chão e mostrar que nós merecemos estar no torneio. O sorteio poderia ter sido pior, então, podemos terminar em terceiro e sobreviver durante o inverno na Europa - afirmou o diretor esportivo Herman Van Holsbeeck, referindo-se a uma possível classificação para a Liga Europa.
Time-base: Proto, Odoi, Wasilewski, Kouyaté e Deschacht; Biglia e Kljestan; Gillet, Kanu e Jovanovic; Mbokani. Técnico: John van den Brom.
Saviola, uma das novidades do Málaga (Foto: EFE)
É de se estranhar que em um clube recém-milionário como o Málaga a caixa de saída tenha sido maior do que a de entrada logo antes de o clube disputar a sua primeira Liga dos Campeões na história. Depois de prometer se equiparar aos soberanos Real Madrid e Barcelona, o sheik Abdullah al Thani desistiu da "brincadeira" e reduziu os investimentos ao ponto de o time voltar à condição de azarão. O grupo até faz o Málaga sonhar, mas será preciso se reencontrar depois de algumas mudanças.
- O hino já te deixa de cabelo em pé. O ambiente, a atmosfera, os rivais. Todos queremos estar ali. É difícil, mas com muita vontade podemos lutar. O Milan tem nome e experiência, uma camisa gigantesca. Mas o Zenit é um grande rival pelo que fez nos últimos anos. Ganhou a Liga Europa, manteve a base e dispõe de meia seleção russa. Além das contratações que fez agora, como Hulk, que o coloca no topo. É um time perigoso - contou o meia Joaquín, convencido de que os russos são mais perigosos que o Milan.
Time-base: Caballero, Gámez, Weligton, Demichelis e Monreal; Toulalan e Camacho; Joaquín, Isco e Eliseu; Saviola. Técnico: Manuel Pellegrini.
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