Tuesday, May 22, 2012


Didier Drogba: O Fim De Uma Era

Posted On Terça-Feira, Maio 22, 2012 By 

O último toque na bola do camisa 11

Terminou nesta triste manhã (tarde na Inglaterra) de terça a passagem de uma lenda pelo Chelsea Football Club. Após 8 anos, Didier Drogba deixou os Blues de Londres após sagrar o time campeão da UEFA Champions League. O Chelsea Brasil preparou uma EXCLUSIVA espécie de mistura de retrospectiva e homenagem da passagem do marfinense pelos Blues:
Chegada e Títulos Ingleses (2004-2006)
A lenda chegou aos Blues em Julho de 2004, pela quantia de 24 milhões de libras. Ele recebeu a camisa 15 e disputaria vaga no ataque da equipe comandada por José Mourinho com gente como Gudjohnsen, Duff e Kezman. Marcou seu primeiro gol na partida contra o Crystal Palace. Foi atrapalhado com uma lesão no estômago, em um jogo contra o Liverpool, que o deixou fora da equipe por dois meses.
Apenas na primeira temporada, Didier Drogba já mostrou seu poder decisivo. Mesmo com a lesão e com a concorrência, marcou 16 gols na temporada 2004/2005, ajudando o time a conquistar a Premier League após cinco décadas. Seu poder de decisão foi mostrado pela primeira vez na final da Carling Cup de 2005, quando marcou o segundo gol da equipe. Levou o troféu com a vitória por 3×2.
No começo da temporada seguinte, o marfinense também começaria uma história que o marcou nos Blues: o poder de carrasco em partidas contra o Arsenal. Na decisão do Community Shield de 2005, marcou os dois gols da vitória de 2×1 sobre os Gunners, que seriam sua principal vítima.
Com a saída de Duff, Drogba garantiu a posse de sua amada camisa 11, que usaria até a última partida pelo clube, em Munique. Ele marcou mais 16 gols e foi fundamental na conquista do bicampeonato da Premier League. Em dois anos de Chelsea, foram 4 títulos conquistados.
Shevchenko no banco, Double de Copas e Final de Champions (2006-2008)
Após a Copa, ainda que Drogba impressionasse, Abramovich esteve insatisfeito com a ausência do título da UEFA Champions League no currículo do clube e resolveu pagar uma fábula ao Milan para contratar o ucraniano Shevchenko. A concorrência fez bem ao marfinense, que teve uma de suas melhores temporadas pelo Chelsea em 2006/2007, anotando nada menos que 33 gols.
Embora tenha perdido o título da Premier League para o Manchester United, a temporada ficou marcada pelo Double de Copas domésticas conquistado pelo Chelsea. E ambas com gol do marfinense, que marcou no fim e garantiu mais duas taças. Na final da Copa da Inglaterra de 2007, anotou o 1×0 contra o Manchester United. Já na final da Copa da Liga Inglesa, mais uma vez contra o Arsenal, dois gols na vitória por 2×1, em Gales.
Começaria ali, no recém inaugurado Novo Wembley, uma das maiores histórias de amor do Futebol Inglês: a de Drogba com o estádio. Ele é o maior artilheiro da casa do English Team desde sua abertura, fazendo 8 gols por lá até o fim de sua passagem pelos Blues. O tento da partida contra o United foi apenas o primeiro.
Na temporada seguinte, 2007/2008, poucos motivos para comemorar. O time acabou vice da Premier League mais uma vez, para o Manchester United. Perdeu a Carling Cup para o Tottenham, embora Drogba tenha feito mais um gol em Wembley, e o vice campeonato na final da Champions League, quando foi expulso antes da disputa por pênaltis.
No entanto, o Chelsea só chegou a final em Moscou porque Didier decidiu a partida contra o Liverpool, em Stamford Bridge, pelas semi finais, com 2 gols na vitória por 3×1. Prejudicado por lesões, o marfinense contribuiu com 15 gols. No ano anterior, no entanto, foi eleito para a Seleção do Mundo da FIFA em 2007.
Problemas com Felipão, Renascimento com Hiddink (2008-2009)
Com muitas lesões, Didier Drogba acabou ficando de fora para fazer cirurgia nos primeiros jogos de Luis Felipe Scolari a frente do Chelsea, sendo preterido por Nicolas Anelka, que começou aquela temporada com muitos gols. Com o decorrer do tempo e das falhas de Felipão a frente dos Blues, tudo começou a desandar. Não apenas Drogba, mas jogadores outrora importantes como Ballack, Kalou e Malouda estavam sendo mal escalados e foi instaurado um rumor de que o elenco do Chelsea não gostaria do brasileiro.
Drogba foi acusado de fazer corpo mole. Mas na verdade, o marfinense estava com más condições físicas, e escalado fora de posição pelo brasileiro e pouco entrava em campo. Injusta sua utilização como bode espiatório para o fracasso do brasileiro.
Fato é que Hiddink assumiu interinamente e Drogba desandou a marcar. Ajudou o time a recuperar a classificação para a Champions League, alcançando a 3ª posição da Premier League. Após ótimas atuações contra Juventus e Liverpool, levou o time as semis da Champions, contra o Barcelona, onde os Blues foram garfados pela arbitragem e não puderam jogar outra final.
Indignado na situação, Drogba barrava: “It’s a fucking disgrace” para a câmera, após a eliminação do time. Ainda assim, voltaria a sorrir no final da temporada. Em Wembley, seu palco favorito, fez o gol de mais uma vitória por 2×1 sobre o Arsenal, nas semis da FA Cup.
Na grande final, marcou o gol de empate contra o Everton, ajudando na vitória por 2×1 que viria com chute de Frank Lampard. Na temporada, foram 14 gols, 80% marcados sobre comando de Hiddink. Na temporada seguinte, seria tudo diferente.
A arrasadora temporada do Double (2009/2010)
Drogba bateu todos os seus recordes sob-comando de Carlo Ancelotti nesta temporada, quando anotou simplesmente 37 gols distribuiu 12 assistências. Foi o seu melhor momento com a camisa do Chelsea. O time voltou a ser campeão da Premier League, sobre o Manchester United. De destaque na campanha, as vitórias do Chelsea em todos os clássicos contra os rivais Manchester United, Liverpool e Arsenal.
Tirando a vitória por 1×0 em Stamford Bridge sobre o United, onde Terry marcou, Drogba fez gols em todos os outros confrontos – neste onde não marcou, sofreu a falta onde o capitão faria o dele. Entre vários gols sobre Liverpool e principalmente Arsenal, o mais importante tento de Didier Drogba foi na partida em Anfield, confronto direto pelo título inglês, onde Didier entrou no segundo tempo e marcou o gol da vitória por 2×1.
Para coroar o desempenho espetacular, mais duas partidas em Wembley pela FA Cup: marcou na vitória por 3×0 sobre o Aston Villa nas semis e fez, de falta, o gol do título sobre o Porstmouth.
Problemas com malária e críticas (2010/2012)
Na temporada 2010/2011, após um começo excelente, Drogba sofreu uma absurda situação onde contraiu malária e chegou a atuar algumas partidas com a doença. Ele teria de se afastar e retornaria para tentar re-colocar o time, que dessa vez tinha contratado Fernando Torres, na briga pelo título.
Didier, que ainda se recuperava da doença, foi a única figura que se salvou na eliminação do time na Champions League diante do Manchester United, marcando o gol de honra mais uma vez em Anfield. Na Premier League, contribuiu demais para a recuperação do time, que chegou a disputar o título, mas terminou em 2º.
Ainda assim, ao término da temporada, era o principal jogador do Chelsea, participando diretamente de 30 gols do time – 13 gols e 17 assistências.
Villas-Boas assumiu e a situação não melhorou. A indefinição do treinador sobre se escalava Torres ou Drogba acabou prejudicando os dois artilheiros, e consequentemente, o time.
Na última partida de 2011, o Chelsea sofreu uma vexatória derrota por 3×1 do Aston Villa, em pleno Stamford Bridge, e Drogba marcou de pênalti. Haviam rumores que seria o último gol do atacante com a camisa do Chelsea. Seu último, foi de pênalti. Mas não esse.
Di Matteo assume e Drogba chega ao ápice (2012)
Após a demissão de Villas-Boas, o interino Di Matteo assumiu e uma de suas primeiras atitudes foi efetivar a titularidade do marfinense. Ele marcou em partida dramática, na vitória por 1×0 sobre o Stoke City. E estava preparado para reverter uma vantagem de 3×1 obtida pelo Napoli na Itália.
Na partida que marcou sua ressurreição, Drogba abriu o placar em cruzamento de Ramires e fez a grande jogada para o quarto gol, de Ivanovic. 4×1 e uma grande exibição do marfinense.
Com o time bem em todas as competições, ele voltaria aos holofotes com mais uma bela participação em Wembley, onde marcou um golaço na goleada por 5×1 sobre o Tottenham, nas semis da FA Cup. O camisa 11 se vingou do Barcelona e marcou na vitória por 1×0, em Stamford Bridge, pela Champions League.
No jogo de volta, Drogba não marcou, mas deu a vida na marcação e ajudou o time a segurar o 2×2 e ir a segunda final de Champions League. O marfinense decidiu a competição que restava.
Mesmo após o Bayern de Munique, jogando em plena Munique, abrir o placar, aos 38 do Segundo Tempo, Didier Drogba encontrou forças para testar uma bola inacreditável e fazer o gol mais importante da história do Chelsea, aos 43: 1×1.
Mesmo, assim como na partida contra o Barça, cometendo pênalti – defendido por Cech – permaneceu impecável e ao lado do goleiro, que pegou mais duas cobranças na decisão por pênaltis, sagrou-se o grande herói do título ao fechar a série e sagrar o time campeão europeu.
Foi seu último toque na bola, o toque que o colocou na história do Chelsea. Assim como na saída de Zola, em 2003, Stamford Bridge chora a perda de mais um grande atleta que passou pelo clube. Uma parte dos torcedores já considera Drogba o maior jogador da história do Chelsea. Fato é que o marfinense ficará para sempre no coração de todos os torcedores desse clube, cumprindo a profecia de Di Matteo e saindo do estádio como uma lenda.
Herói de uma Nação. Um grande caráter.
Não apenas do Chelsea, Didier Drogba é o herói de sua Costa do Marfim. Como se não bastasse ser o maior artilheiro da história da Seleção, o capitão simplesmente cessou uma guerra civil, após classificar a equipe para a Copa do Mundo de 2006. As facções interromperam a guerra, a pedido do camisa 11, para sentarem, umas ao lado das outras e assistirem a Costa do Marfim jogar um amistoso em sua nação.
Drogba também reverte seu dinheiro na construção de vários hospitais e instituições de caridade em seu país natal. Não apenas um ídolo dentro e fora de campo, mas um ser humano incrível.
Pela Seleção, ajudou os “elefantes” a disputarem duas Copas do Mundo, em 2006 e 2010. As duas primeiras da história do país. Ele marcou, justamente contra o Brasil, um gol na de 2010, na derrota por 3×1.
Faltou mesmo só o título. Ele chegou muito perto em 2012 e 2006, quando foi vice, e em 2008, quando parou nas semi finais. Mas haverá uma nova Copa Africana de Nações em 2013 e todos nós estamos convidados a torcer para nosso eterno camisa 11 conquistar o título que falta em sua carreira.
Gols marcados em Wembley
Rei de Londres, Didier Drogba é o maior artilheiro do Novo Wembley.
Chelsea 1 x 0 Manchester United – Final da FA Cup 2007
Chelsea 1 x 2 Tottenham – Final da Carling Cup 2008
Chelsea 2 x 1 Arsenal – Semi-Final da FA Cup 2009 (Segundo Gol)
Chelsea 2 x 1 Everton – Final da FA Cup 2009 (Primeiro gol)
Chelesa 3 x 0 Aston Villa – Semi final da FA Cup 2010 (Primeiro gol)
Chelsea 1 x 0 Portsmouth – Final da FA Cup 2010
Chelsea 5 x 1 Tottenham – Semi Final da FA Cup 2012 (Primeiro Gol)
Chelsea 2 x 1 Liverpool – Final da FA Cup 2012 (Segundo Gol)
Números Finais
Partidas Disputadas: 338
Gols: 157
Assistências: 
71
Anos com a equipe: 
8 (2004-2012)
Títulos: 
12 (Premier League 2004/2005; 2005/2006; 2009/2010; FA Cup 2007, 2009, 2010, 2012; Carling Cup 2005, 2007; Community Shield 2005, 2009; UEFA Champions League 2012)
Artilharias: Premier League 2007 e 2010
Prêmios*: Futebolista Africano do Ano 2007, 2010; Seleção Mundial FIFA 2007; Chelsea Player Of The Year 2010; Equipe do Ano UEFA: 2007; Equipe do Ano PFA: 2007, 2010; Revista Time 100 pessoas mais influentes do mundo; Chelsea Player’s Player Of The Year: 2007; Africano do Ano BBC 2009; Maior Artilheiro da História da Costa do Marfim, Maior Artilheiro do Século XXI (IFFHS)
*Considerados prêmios vencidos desde que se tornou jogador do Chelsea. A lista pode aumentar, já que, com a conquista da Champions League, Drogba concorrerá a outros prêmios ainda pelo o que fez no Chelsea.

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