Friday, May 11, 2012



O seu nome está nos livros da história do clube e na gola dos torcedores rossoneri que, ninguém excluído, sempre gritaram seu nome. Pippo Inzaghi se despede do Milan. O faz com uma carta para seu público. Cheia de amor.

MILÃO - Todas as coisas que vocês estão prestes a ler estarão sempre em segundo, em relação à uma. A primeira e única coisa que quero que guardem para sempre é esta: joguei e venci por nós. Jogar e vencer sem dividir as emoções não é nada, ao invés disso eu e vocês, nós, fizemos tudo juntos. Esperamos, sofremos, comemoramos, nos alegramos. E levantamos as copas e os scudettos juntos aos nossos corações. Nós estávamos sempre na mesma sintonia. E isso sem esquecer nunca de ninguém.

Vocês sabem, queridos Milanistas, quando cheguei a Milão vocês não esperavam. Estava num quarto de hotel e devia sair sem ser visto, para não dar na vista e para não comprometer aquela negociação de mercado entre a Juventus e o Milan. As primeiras semanas, os primeiros meses, me estudaram, nos olhamos.

Depois, nos enamoramos. Naquela noite contra o Torino. Estávamos com raiva, as coisas em campo não iam bem, estavam em silêncio. Tirei meu agasalho, iniciei o aquecimento e os seus gritos dedicados a mim que fizeram vencer a partida, que nos projetou às preliminares da Champions League e depois na nossa final de Manchester. Estas recordações, junto de todas as pessoas que me consolaram em Anversa nos meses difíceis de 2004 e de 2005 e aos arrepios que que tivemos juntos em 9 de agosto de 2006, o dia do meu aniversário, contra o Estrela Vermelha, estarão sempre num cantinho do meu coração, ao lado de entes mais queridos.

Atenas. O futebol nos deu por um só motivo: eu e vocês, nós, queríamos tão profundamente, tão intensamente, que não podíamos não acreditar. Está certo, a realidade tem ido além dos nossos sonhos mais bonitos. Dois gols, contra o Liverpool, dois anos depois em Istanbul, a Sétima Champions League. O destino reservou aquilo que não ousávamos esperar.

Eu hoje, quero agradecer com carinho e comoção o presidente Berlusconi e Adriano Galliani: á eletricidade deles e à sua capacidade de se emocionar por mim, me deixou mais forte, me levou além de todos os limites. Mas eu gostaria de dirigir também um pensamento para aqueles que, desde jovem à todas as esplêndidas equipes onde joguei na minha carreira, me ajudaram a me tornar o homem e o jogador que sou hoje.

Obrigado Milan, obrigado futebol. Me permita chamar de meu o Milan, as pessoas da via Turati, do Milanello, os secretários, as telefonistas, os lojistas, os fisioterapeutas, os médicos, aos cozinheiros, o estádio, os trabalhadores, o vestiário. Todas as pessoas que me viam chegar com a camiseta no domingo e vibravam já esperando um gol meu. Até logo técnico Ancelotti, com você venci tudo, até logo aos meus maravilhosos torcedores que me seguem em todo o mundo, sempre com carinho e com grande paixão, até logo aos meus fantásticos companheiros de equipe, de hoje e de ontem.

E enfim, dar um, obrigado, obrigado, obrigado à minha família: minha mãe Marina, meu pai Giancarlo, Simone e Tommaso. Não teria chegado até aqui sem vocês. Vocês são a minha força. Querido meu Milan, Te deixo apenas porque é a vida, porque é o momento. Você também sabe.

Tchau à todos e obrigado,
Pippo Inzaghi

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